Primeira etapa contemplará profissionais de saúde que estão na linha de frente, idosos que vivem em instituições e seus cuidadores e indígenas
O profissional de saúde poderá escolher o local mais adequado para receber a primeira dose que será vinculada ao CPF. A segunda dose deverá ser administrada 14 dias após a primeira | Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília
Já estão em solo brasiliense as 106.160 doses da vacina chinesa Coronavac que vão imunizar, em duas etapas, 53.080 pessoas no Distrito Federal. No primeiro momento, serão contemplados trabalhadores da saúde que estão na linha de frente no combate à pandemia, idosos e deficientes que estão em instituições de internação, cuidadores que atuam nessas instituições e indígenas. A vacinação no DF terá início às 10h desta terça-feira (19) em 16 unidades de referência, neste primeiro momento.
“É importante destacar que essas unidades irão vacinar apenas pessoas que integram o grupo de risco. Todos serão devidamente identificados e receberão a segunda dose da mesma vacina que tomaram na primeira vez”, destaca o secretário de Saúde, Osnei Okumoto.
O secretário aproveitou a oportunidade para orientar a população quanto as próximas etapas da vacinação. “Pedimos paciência e tranquilidade para que as pessoas aguardem sua vez para vacinar. A Secretaria de Saúde vai receber a todos com carinho e cuidado”.
As direções dos hospitais públicos e privados, além das gerências das unidades básicas de saúde, enviarão uma lista com os nomes dos profissionais que atuam na linha de frente e serão vacinadas nesta primeira fase. O profissional de saúde poderá escolher o local mais adequado para receber a primeira dose que será vinculada ao CPF. A segunda dose deverá ser administrada 14 dias após a primeira. Os locais de vacinação para esse público serão nas seguintes unidades:
Hospital de Base;
Hospital Regional da Asa Norte;
Hospital Regional de Ceilândia;
Hospital Materno Infantil de Brasília;
Hospital de Apoio de Brasília;
Hospital Universitário de Brasília;
Hospital Regional de Sobradinho;
Hospital Regional de Planaltina;
Hospital Regional de Brazlândia;
Hospital da Região Leste;
Hospital Regional de Taguatinga;
Hospital Regional de Samambaia;
Hospital Regional de Santa Maria;
Hospital Regional do Gama;
Hospital Regional do Guará;
Central de Regulação do Samu (SIA).
A Secretaria de Saúde reforça para que a população não procure essas unidades, porque neste momento será vacinado somente o público-alvo informado inicialmente.
Para atender os idosos e deficientes que vivem em instituições de internação e indígenas, a Secretaria de Saúde irá disponibilizar seis equipes volantes para imunizá-los sem que haja necessidade de eles irem até um dos 15 pontos.
“Amanhã, no primeiro horário, teremos 15 viaturas nossas para entregar essas doses nos locais de vacinação. E, também nesta terça-feira (19), duas equipes farão a vacinação nas casas de internação e asilos”, explicou o subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero.
Grupos de risco
O secretário-adjunto de Assistência à Saúde, Alexandre Garcia, esclareceu que a Secretaria de Saúde não retirou os grupos de risco prioritários no início da campanha.
“O Ministério da Saúde entendeu, pelo número de vacinas disponibilizadas, que os idosos que estavam nesse primeiro grupo entrarão no próximo grupo. Os profissionais que estão na linha de frente serão os primeiros vacinados”, explica.
Esses profissionais que integram o primeiro grupo são médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas que atuam nas UTIs, profissionais administrativos que fazem a ficha de atendimento dos pacientes, vigilantes, profissionais de limpeza que atuam em hospitais e UBSs, Samu, bombeiros que estão no atendimento pré-hospitalar, profissionais da atenção primária que estão no atendimento a pacientes com sintomas respiratórios.
Rede abastecida
O secretário-adjunto de Assistência à Saúde substituto, Alexandre Garcia, informou que a rede pública está abastecida com todos os equipamentos de proteção individual para uso dos profissionais de saúde durante a vacinação.
“Estamos abastecidos de EPIs e seringas. Não haverá falta de insumos para aplicação de vacina, nem desabastecimento de oxigênio no DF. Temos mais de 2 milhões de seringas e agulhas em estoque pra a campanha”, destaca Alexandre Garcia.
Após o recebimento da primeira dose, as pessoas pessoas que foram imunizadas devem guardar o comprovante de vacinação para que o profissional de saúde identifique qual vacina foi tomada e que a segunda dose seja do mesmo laboratório fabricante.
Ainda não há previsão do recebimento de mais doses para o DF. A Secretaria de Saúde irá divulgar amplamente, de forma antecipada, a data de início da vacinação para os próximos grupos.
Expectativa de vacinação
O subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero, explicou que havia a expectativa de vacinar, em um mês, se houvesse todas as vacinas disponíveis. “Esperamos concluir todo o processo de vacinação até o final do ano”.
Sobre o processo de logística, o subsecretário disse que “o DF possui estrutura e logística suficiente para fazer a imunização em um mês ou um mês e meio. Mas isso depende do quantitativo de doses disponíveis na rede”, ressaltou.
Números
Profissionais de saúde pública: 27.500
Indígenas: cerca de 300
Profissionais de saúde da rede privada: cerca de 20 mil
Acima de 60 anos e deficientes institucionalizados: cerca de 3 mil
Rede de vacinação: 169 salas de vacina na campanha, sendo 15 na primeira fase
Fonte: Agência Brasília com informações da Secretaria de Saúde
Com investimentos de R$ 150 milhões e geração de dezenas de empregos, unidade será construída em área de 15 mil m², dentro da Ceasa
O primeiro passo para a construção do Mercado Central de Brasília foi dado. A Ceasa-DF divulgou o projeto vencedor que traz estudos técnicos, econômicos e jurídicos do empreendimento. Estimado em R$ 150 milhões, o investimento vai gerar dezenas de empregos.
A escolha da empresa campeã da concorrência, a Architech Consultoria e Planejamento, se deu por análise de documentos de habilitação, plano de trabalho, planilha de custos financeiros, demonstração de experiência, cadastro técnico e o termo de cessão de propriedade e direitos autorais. A avaliação foi feita pela Comissão para Elaboração e Avaliação de Parcerias Público-Privadas da Ceasa-DF (Ceappp).
O diretor-presidente da Ceasa-DF, Sebastião Márcio de Andrade, explica que a próxima etapa inclui a consulta pública e, posteriormente, a audiência – presencial, virtual ou mista. “É muito importante para informar, discutir, dirimir dúvidas e ouvir opiniões da sociedade em relação ao Mercado Central”, avalia.
“Os apontamentos feitos pela sociedade serão analisados pela comissão, que decidirá se serão acatados ou não”, explica o diretor técnico-operacional da central de abastecimento, Fernando Cabral. “O estudo é passível de revisões a pedido da Ceasa, que pode ser motivado por alguma sugestão ou questões internas.”
As datas, assim como o projeto vencedor, serão divulgadas no site da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri) e da Ceasa-DF. A última fase é a licitação para a obra, que será feita por meio de uma parceria público-privada (PPP).
Empreendimento
Um terreno de 15 mil metros quadrados dentro da Ceasa abrigará a construção do Mercado Central de Brasília. De acordo com Fernando Cabral, o empreendimento será semelhante ao Mercado Municipal de São Paulo (SP), mais conhecido como Mercadão. “Terá uma área de alimentação para aquisição de produtos in natura, como frutas, verduras e legumes; restaurantes, bares, entre outros serviços para a população”, adianta.
O objetivo é que o local também seja um polo turístico e de lazer de Brasília. Cabral lembra que o mercado vai contribuir para a geração de emprego e renda da cidade. “Brasília não tem um espaço semelhante a esse”, pontua. “Temos estruturas menores. Inclusive, será um prédio em harmonia com a arquitetura modernista da capital, com concreto e aço”.
Governador projeta que abstenção no Estado será a menor do país. Milton Ribeiro destaca que Goiás é “exemplo” e “um grande parceiro do MEC e governo federal nas ações da educação”
O governador Ronaldo Caiado acompanhou, na tarde deste domingo (17/01), o ministro da Educação, Milton Ribeiro, em visita ao Colégio Estadual da Polícia Militar de Goiás (CEPMG) Hugo de Carvalho Ramos, localizado no Jardim Goiás, durante a aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A comitiva constatou a grande adesão nos locais de prova em Goiás. A projeção do governador é que o Estado desponte entre as unidades federativas com baixa abstenção no certame. “Goiás dá um bom exemplo em tudo que faz. Acredito que Goiás será o primeiro lugar no percentual de alunos fazendo a prova do Enem”, projetou.
A comitiva, composta ainda pela secretária de Estado da Educação, Fátima Gavioli, e pelo deputado federal José Nelto, verificou as condições de aplicação da prova e as medidas adotadas para garantir a segurança dos estudantes com protocolos para prevenção à Covid-19.
De acordo com o ministro, uma análise deste primeiro dia do Enem deve ser feita e apresentada em Brasília, mas, adiantou que, considerando a pandemia de Covid-19, uma primeira impressão é de que “correu tudo dentro do esperado”. Ainda segundo o ministro, não há que se falar em prejuízo aos estudantes, já que o governo federal trata com seriedade e amadurecimento todo o processo e não poupará esforços para que todas as questões e eventuais problemas sejam resolvidos com justiça e equidade. Para Milton Ribeiro, esse foi, inclusive, o teor da decisão de que os 160 mil inscritos no Enem no Estado do Amazonas, que enfrenta com gravidade os efeitos da pandemia, façam o exame nos dias 23 e 24 de fevereiro, quando também farão as provas, os estudantes que solicitaram a reaplicação em decorrência de apresentarem problemas de saúde.
Em todo o território nacional, o número de inscritos para o Enem foi de 5,7 milhões. Somente da rede pública estadual de ensino, foram contabilizados mais de 46 mil candidatos. Para estes alunos, o Governo de Goiás assegurou acesso aos conteúdos e suporte para preparação intensificada para a prova com uso de novas tecnologias.
Enfático em suas palavras, Caiado defendeu a educação como um dos pilares da atual gestão no governo estadual. “Goiás tem dado o exemplo de que realmente não só falamos no discurso, mas, na prática, a prioridade é a nossa educação”. Além de exibir o primeiro lugar do país no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) na avaliação do ensino médio, o governador reconheceu o esforço na rede estadual para garantir oportunidade aos estudantes de alcançarem um bom desempenho no exame. “O nosso Goiás Bem no Enem foi uma campanha feita diariamente”, afirmou.
Ronaldo Caiado falou ainda que as escolas estão mais bem preparadas e, com isso, o Estado avançou muito na qualidade do atendimento aos estudantes. O governador de Goiás destacou o trabalho de toda a equipe da Educação e, de forma especial, o empenho pessoal da secretária Fátima Gavioli, lembrada por ele como “extremamente determinada e corajosa”.
Para o governador, a estrutura implementada para a preparação do Enem em Goiás é resultado não apenas do trabalho de excelência desenvolvido na Secretaria de Estado da Educação (Seduc), mas reflete também o suporte do Ministério da Educação (MEC). Caiado agradeceu o apoio e tratamento dado a Goiás na área educacional. “A estruturação de nossas escolas, o apoio aos nossos professores e em todas as ações, têm total repercussão no Estado diante da sua boa gestão à frente do ministério”, completou.
“É sempre uma alegria poder estar aqui neste Estado”, revelou Ribeiro. O ministro, que concedeu entrevista nas dependências do CEPMG Hugo de Carvalho Ramos, da rede estadual de ensino, disse que Goiás tem sido exemplo para o país e que o Estado é um grande parceiro do MEC e governo federal nas ações da Educação no Brasil. De acordo com ele, inclusive, esse é o motivo de sua visita a Goiás neste primeiro dia de provas do Enem. Milton Ribeiro, ao anunciar uma entrevista coletiva à imprensa no seu retorno à capital federal, disse que serão averiguados os ruídos e dificuldades enfrentados para a realização do Enem neste momento, e destacou a importância do exame. “O Enem é importantíssimo para a Educação brasileira, sobretudo para os alunos das escolas públicas”, afirmou o ministro, que esteve, de manhã, em Curitiba, no Paraná.
Goiás Bem no Enem A preparação para o Enem em 2020 teve o auxílio de tecnologias e priorizou assegurar o acesso dos estudantes aos conteúdos. Os materiais de estudo foram disponibilizados via TV Brasil Central, com aulas produzidas pela Seduc, por meio da Superintendência de Ensino Médio. Além disso, os alunos da terceira série passaram a receber videoaulas, blocos de listas de exercícios, lives e pílulas do conhecimento (vídeos curtos com dicas). Outros canais foram utilizados, entre eles, WhatsApp, portal NetEscola, perfil do Goiás Bem no Enem no Instagram e canal do programa no YouTube.
A maratona de estudos contou ainda com o Desafio Weekend, lista de questões no padrão da avaliação nacional, dividida em quatro áreas de conhecimento: Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Matemática e Linguagens e Códigos. Posteriormente, os jovens recebiam videoaulas com a resolução dos enunciados. Em dezembro, foram realizados dez aulões que incluíram disciplinas de história, matemática, redação, química, física, língua portuguesa e línguas estrangeiras (inglês e espanhol).
Em pronunciamento após autorização pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do uso emergencial de duas vacinas contra a covid-19 no Brasil, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, disse ter em mãos os imunizantes, mas afirmou que não iria começar a aplicação de doses neste domingo, 17, em um “ato simbólico ou um ato de marketing”. Ao mesmo tempo, o governador João Doria (PSDB) fez evento em que houve a vacinação da primeira pessoa no Brasil com a Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantã e o laboratório chinês Sinovac.
“O Ministério da Saúde tem em mãos, neste instante, as vacinas tanto do Butantã quanto da AstraZeneca. Nós poderíamos, num ato simbólico ou numa jogada de marketing, iniciar a primeira dose em uma pessoa. Mas em respeito a todos os governadores, prefeitos e todos os brasileiros, o Ministério da Saúde não fará isso. Não faremos uma jogada de marketing”, afirmou.
Conforme o ministro, o governo federal determinou que a vacinação contra a covid-19 seja executada pela pasta e argumentou que não poderia ser desprezada a igualdade entre todos os Estados e todos os brasileiros. Ele ainda conclamou os governadores a não permitir movimentos político-eleitoreiros relacionados à vacinação. Segundo ele, foi “dado o primeiro passo para o início da maior campanha de vacinação do mundo” e a distribuição da vacina será iniciada nesta segunda, a partir das sete horas, para todos os Estados.
O imunizante produzido pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, que teve aval de uso emergencial pela Anvisa, não está no Brasil. O governo federal tentou a importação de 2 milhões de doses na Índia, mas o plano enfrentou problemas. O avião que iria para o país asiático buscar o produto nem chegou a decolar. Com isso, o governo federal se apressou para solicitar nessa sexta, 15, as doses da Coronavac do Instituto Butantã para começar a campanha de vacinação.
Segundo Pazuello, o plano de trazer as doses da Índia não foi levado à frente porque o governo local ainda não havia começado a campanha de imunização contra a covid-19. O desgaste político dos governantes indianos de eventual liberação das 2 milhões de doses antes de começar a vacinação local, portanto, foi um empecilho. “Estamos nas negociações diplomáticas para que seja autorizada a entrega”, afirmou Pazuello.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou neste domingo (17), por unanimidade, o uso emergencial da Coronavac e da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca.
Após três gerências técnicas da agência recomendarem o aval, a diretora Meiruze Freitas, relatora dos processos, votou pela aprovação dos dois imunizantes e foi acompanhada por seus quatro colegas: os diretores Romison Rodrigues Mota, Alex Campos, Cristiane Rose Jourdan Gomes e Antonio Barra Torres.
No caso da Coronavac, a relatora condicionou o aval à assinatura pelo Butantã de um termo de compromisso que prevê a apresentação dos dados de imunogenicidade da vacina até 28 de fevereiro (os relatórios sobre o tema foram considerados insuficientes).
O termo, após assinado pelo Butantan, deve ser publicado em Diário Oficial para que a autorização seja válida, o que pode inviabilizar que a vacinação comece ainda neste domingo, conforme planejado pelo governo de São Paulo.
A assessoria de imprensa da Anvisa informou, porém, que tanto a assinatura do termo quanto a publicação no DO podem ser feitos de forma eletrônica. Dessa forma, mesmo que a vacinação em SP não seja imediata após a reunião, há chances de ela ocorrer ainda neste domingo. As informações de imunogenicidade devem mostrar por quanto tempo dura a resposta imune provocada pelo imunizante. “Após avaliação dos relatórios, ressalvadas algumas incertezas, os benefícios conhecidos superam os riscos potenciais”, disse Meiruze.
Já a decisão sobre a vacina de Oxford vale apenas para o uso das 2 milhões de doses que o governo ainda tenta importar da Índia. A decisão valeria após a publicação de extrato ou “ciência oficial” via ofício.
Ao recomendar a aprovação, a gerência geral de medicamentos, que avalia os dados de segurança e eficácia, destacou ainda a necessidade de monitoramento das “incertezas” e a “reavaliação periódica” dos dados das duas vacinas, considerando que algumas informações dos estudos ainda não são conclusivas.
Nos dois casos, o gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, listou algumas “incertezas” sobre os imunizantes, mas disse que recomenda o uso devido à pandemia, aumento de casos e ausência de terapia contra a covid-19.
A justificativa de falta de alternativa terapêutica contraria, assim, o Ministério da Saúde, que segue insistindo na estratégia de tratamento precoce contra a doença, feito com medicamentos comprovadamente ineficazes contra a doença.
No caso da Coronavac, os técnicos da Anvisa confirmaram, a partir de cálculos e análises próprias, os principais dados de eficácia e segurança apresentados pelo Butantã, mas detalharam incertezas que ainda permanecem sobre o produto.
Os servidores confirmaram a eficácia de 50,4% da Coronavac, mas ressaltaram não foi possível calcular a eficácia da vacina por faixa etária, principalmente entre idosos. “A quantidade de idosos (infectados na amostra) era muito pequena e não permitiu estabelecer perfil de segurança e eficácia da vacina para esse grupo. O baixo número de casos, três no grupo placebo e 2 no grupo vacinal, não permitem conclusões mais robustas”, disse Mendes.
Mendes ressaltou também que ainda não é possível determinar a eficácia do produto contra casos moderados e graves, já que o número de voluntários que apresentaram esse quadro de gravidade no estudo foi pequeno (somente sete). Como já mencionado pelo próprio Butantã, a taxa de 100% de eficácia contra casos graves ainda não tem significância estatística e precisará ser confirmada com maior tempo de estudo.
O gerente-geral de medicamentos disse ainda que o Butantã não apresentou os dados de eficácia de acordo com o intervalo entre a primeira e a segunda dose – que pode ser administrada de 14 a 28 dias após a dose inicial.
O servidor da Anvisa afirmou também que faltam relatórios mais completos de imunogenicidade, que mostram a quantidade de anticorpos produzidos pelos voluntários vacinados. A Anvisa já marcou uma inspeção de “boas práticas clínicas” no Butantã para 25 de janeiro, com o objetivo de avaliar dados pendentes sobre a vacina.
Quanto à vacina de Oxford, também foi confirmada a segurança do imunizante e a eficácia média de 70,32%. O dado considera diferentes números, dosagens e intervalos entre doses. No Brasil, com duas doses completas, a eficácia ficou em 62%.
Também foram apresentadas as limitações dos dados apresentados pela Fiocruz, responsável por produzir e distribuir a vacina no Brasil. De acordo com Mendes, não foi possível determinar a eficácia da vacina de Oxford/AstraZeneca entre idosos e contra casos graves, já que os dados nesses grupos ainda são pequenos e, portanto, sem significância estatística. “Existe tendência favorável à proteção (contra casos graves), mas precisamos acompanhar mais de perto”, disse o gerente-geral de medicamentos.
Faltam ainda definições mais robustas sobre os resultados do uso de doses mais baixas ou da aplicação de apenas uma dose. “Dados sobre intervalo de doses são limitados. Não conseguimos concluir sobre eficácia quando intervalo é menor do que oito semanas”, disse.
Mendes apontou uma série de lacunas de dados para comprovar que o produto importado da Índia é equivalente ao que a AstraZeneca pretende, no futuro, registrar no Brasil. “Podem constituir produtos diferentes, ainda que possuam categorias similares”. Segundo a Anvisa, não foram apresentados números gerais sobre controle de qualidade do lote que deve vir da Índia. A AstraZeneca apresentou informações de “outros fabricantes, para os quais pretende solicitar registro em breve”. Os técnicos disseram ainda que faltam dados para determinar a duração da resposta imunológica.
Depois da apresentação da gerência-geral de medicamentos, que analisou sobretudo os dados de eficácia e segurança, as gerências de inspeção e fiscalização e de monitoramento também recomendaram a aprovação dos dois imunizantes por considerarem que as empresas cumpriram as boas práticas de fabricação e tem planos de monitoramento de eventos adversos pós-uso.
A agência reuniu a sua diretoria colegiada neste domingo, 17, para decidir se permitiria ou não o uso emergencial da Coronavac e da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca. Os imunizantes serão distribuídos no Brasil, respectivamente, pelo Instituto Butantã e pela Fiocruz.
A palavra da autoridade regulatória era o último passo para disponibilizar à população as vacinas que estão no País. A reunião começou às 10h10 e durou pouco mais de cinco horas. A primeira apresentação foi dos dados da Coronavac. Por volta das 12h, os técnicos iniciaram a apresentação dos dados do estudo da vacina de Oxford/AstraZeneca/Fiocruz. Pouco antes das 14 horas, a diretoria começou a votação.
A reunião foi transmitida ao vivo pelos canais digitais da Anvisa e pela a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que administra a TV Brasil, além de rádios e outros canais do governo. As discussões públicas da agência sempre são transmitidas.,
Durante posse do prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, governador fala sobre espírito de solidariedade dos goianos em momentos difíceis e destaca que Estado será exemplo para o Brasil com maior disponibilização de vagas em unidades de saúde aos amazonenses. Ao defender imunização contra Covid-19, disse que “não podemos admitir que seja ideologizada a vacinação. A ciência está acima de tudo”
Goiás deve receber a maior parcela de pacientes encaminhados pela Secretaria da Saúde do Amazonas (SES-AM), segundo informou nesta sexta-feira (15/01), o governador Ronaldo Caiado. Durante solenidade de posse do prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, no plenário da Câmara Municipal, ele destacou que “sempre priorizamos a vida” e que jamais deixou dúvidas de que o Estado receberia “todo e qualquer cidadão com risco de vida para ser tratado”.
Primeiro deverão chegar 20 pacientes, mas, segundo o governador, Goiás poderá receber, ao todo, 120 amazonenses que necessitam de internação. “Goiás vai ser o Estado que vai dar o exemplo para o Brasil com o maior número de vagas compartilhadas aos nossos irmãos amazonenses que passam pela atual crise na área da saúde”, pontuou.
A Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) organiza junto ao Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Goiás (UFG-GO) para que os pacientes sejam internados na unidade. O HC conta com novo prédio inaugurado recentemente, em dezembro, com espaço vago e estrutura para abertura de novos leitos. Assim, é possível atender pacientes do Amazonas sem impactar a rede estadual de saúde goiana.
Caiado destacou ainda que hoje é possível ajudar outros Estados graças à estrutura disponibilizada pelo governo estadual desde o início da pandemia. “Se nós estamos compartilhando esses leitos é porque nós temos a responsabilidade de darmos atenção às pessoas que estão morrendo asfixiadas neste momento”, disse.
A estrutura do Estado para atendimento de pacientes com Covid-19 conta com 253 leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e 447 de enfermaria. São sete Hospitais de Campanha (Porangatu, Goiânia, Jataí, Luziânia, Formosa, Itumbiara e São Luís de Montes Belos), além de unidades próprias que oferecem atendimento para pacientes vítimas de Covid-19, como o Hospital de Doenças Tropicais (HDT), Hospital de Urgência Governador Otávio Lage (Hugol), Hospital Estadual De Jaraguá Sandino de Amorim (Heja) e Hospital Estadual de Urgências de Anápolis Dr. Henrique Santillo (Huana). “Hoje, nós temos uma equipe com experiência, que aprendeu a lidar com o problema, temos estrutura”, disse.
De acordo com informações da SES-AM, será realizada uma triagem dos pacientes que seriam elegíveis para vir. Essa avaliação será validada por técnicos e consultores da Organização Pan-americana de Saúde (Opas) e do Hospital Sírio-Libanês para que seja homologada pelo Ministério da Saúde. A partir disso será programado o embarque, voo e desembarque.
O governador lembrou, também, que, em fevereiro de 2020, o Estado acolheu brasileiros vindos de Wuhan, na China, por conta da pandemia da Covid-19. “Ninguém os aceitava”, sinalizou. “O goiano é um povo presente nos momentos mais delicados da vida de todos os cidadãos. Nós temos esse estilo de ser extremamente adeptos a ajudar as pessoas, de cuidar das pessoas”, disse. A saída da China ocorreu no dia 05 de fevereiro, durante a chamada Operação Regresso, que envolveu dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) e 24 profissionais. Foram repatriados 34 brasileiros e seus familiares, que estavam no epicentro do surto do coronavírus.
Vacinação O governador ressaltou que está em contato diário com profissionais da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto Butantan e Ministério da Saúde para que a vacina seja disponibilizada o quanto antes para a população. Goiás vai receber 7% do total de vacinas anunciadas nacionalmente. Isso corresponde a 3,2 milhões de doses da CoronaVac, produzida pelo laboratório Sinovac, do total de 46 milhões previstas para todo o país, mantendo-se a proporcionalidade em relação aos outros Estados. Caiado frisou que “não podemos admitir que seja ideologizada uma vacinação”. Segundo ele, “a ciência está acima de tudo. Essa ciência que salvou milhões e milhões de pessoas”, pontuou.
Os preparativos de Goiás para receber as doses estão previstos no Plano de Operacionalização para a Vacinação contra Covid-19, que prevê como será a distribuição e armazenamento do imunizante no território goiano, a capacitação dos trabalhadores da saúde, entre outras ações. “Num primeiro momento você terá o atendimento aos grupos de riscos, pessoas com mais de 80 anos e área de saúde”, explicou. “Nós estamos trabalhando para incluir também os professores na segunda fase, já que seria fundamental para nós o retorno às aulas”, acrescentou.
Secretaria de Saúde garante que abastecimento é suficiente para atender a população em uma provável segunda onda da pandemia
A população do Distrito Federal não corre risco de passar pela mesma situação de Manaus (AM), que sofre com falta de oxigênio nos hospitais após o aumento dos casos de Covid-19. A Secretaria de Saúde (SES) informa que essa suposta ameaça de desabastecimento de oxigênio não é possível, diferentemente do que especulou um epidemiologista da Universidade de Brasília (UnB) neste sábado (16), em entrevista a um telejornal.
“Não vamos sofrer com falta de oxigênio”, assegura o subsecretário de Atenção à Saúde da SES, Alexandre Garcia. “Nosso contrato com a empresa que nos fornece o produto é por metro cúbico consumido. No pico de incidência da Covid-19 em 2020, de julho a agosto, não faltou oxigênio. Portanto, não há que se preocupar com isso.”
Além de estar com os estoques em dia, a SES assinou recentemente termo aditivo no contrato de fornecimento de cilindros de oxigênio no valor de quase R$ 400 mil, para evitar qualquer tipo de desabastecimento.
Hospital de Base
No Hospital de Base (HB), administrado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF), o oxigênio é abastecido semanalmente pela empresa Air Liquide, em dois tanques que fazem a distribuição para toda a unidade hospitalar.
Um dos tanques é de reserva, para o caso de consumo extraordinário, e contém oxigênio suficiente para 15 dias até novo abastecimento. O superintendente do HB, Lucas Seixas, ressalta que desde abril de 2020 são feitas reuniões diárias do Gabinete de Crise da Pandemia da Covid-19 e que todos os estoques necessários para o combate da pandemia são aferidos, inclusive o de oxigênio. “Trabalhamos com muita qualidade nas ações e segurança para todos”, diz Seixas.
A fim de superar bem uma provável segunda onda da Covid-19 no DF, o subsecretário Alexandre Garcia reforça o pedido para que os cidadãos mantenham as medidas de segurança sanitária, em especial o distanciamento social e o uso de máscaras e álcool gel.
A Comissão de Educação, Saúde e Cultura da Câmara Legislativa do DF realizará, neste mês de janeiro, duas audiências públicas remotas para discutir as vacinas contra o novo coronavírus que serão utilizadas pelo Programa Nacional de Imunizações.
A primeira audiência já confirmada será no dia 20 de janeiro, às 18 horas, com a participação do Dr. Maurício Zuma, Presidente do Biomanguinhos, vinculado à Fiocruz, e que será responsável pela produção da Vacina da Universidade de Oxford/AstraZeneca.
A segunda audiência, com data ainda a ser confirmada, será com o Instituto Butantan, cujo representante ainda está em processo de confirmação. O Butantan será responsável pela produção da Coronovac, desenvolvida pela Sinovac, farmacêutica chinesa.
Para a deputada Arlete Sampaio, presidenta da comissão, essas audiências serão fundamentais para esclarecer a população do DF e os parlamentares sobre as vacinas.
As audiências serão transmitidas ao vivo pelo YouTube da Câmara Legislativa do DF.
* Com informações da assessoria de imprensa da deputada Arlete Sampaio Foto: André Borges/Agência Brasília Núcleo de Jornalismo – Câmara Legislativa
O beneficiário, que vai receber R$ 250, precisa apresentar o CPF e um documento de identificação com foto
As agências do BRB abrem mais cedo, às 9h, desta sexta-feira (15) até o próximo dia 21, para facilitar a entrega dos cartões dos novos beneficiários do Prato Cheio. O programa de segurança alimentar e nutricional da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), que nesta nova etapa do projeto convocou 11.529 novos beneficiários.
O BRB utilizou o endereço informado pelo beneficiário na hora do cadastramento para programar a retirada do cartão em uma agência bancária mais próxima possível de sua residência.
O Banco também dividiu a entrega dos cartões por ordem alfabética, e conforme cronograma abaixo, de modo a facilitar o atendimento nas agências, especialmente por conta da necessidade de distanciamento social imposta pela pandemia da Covid-19. Para retirar o cartão, que tem crédito de R$ 250 reais, o beneficiário precisa apresentar o CPF e um documento de identificação com foto.
Para acompanhamento do saldo do cartão, que só pode ser utilizado na função débito e em estabelecimentos alimentícios, o BRB oferece o aplicativo BRB Social.
Como proceder
Para retirar o cartão, a pessoa deve comparecer à agência – selecionada de acordo com o endereço informado pelo beneficiário durante o atendimento na unidade socioassistencial – portando documento de identificação com foto e o CPF. O cartão poderá ser desbloqueado diretamente na agência bancária ou por meio da Central de Atendimento, no telefone 3029-8440. O desbloqueio, bem como o acompanhamento do saldo, poderá ser efetuado por meio do aplicativo BRB Social. O benefício pode ser utilizado apenas na função débito, em estabelecimentos que comercializam produtos alimentícios.
A entrega dos cartões nas agências bancárias do BRB ocorrerá da seguinte forma, neste mês:
Secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, fala sobre o trabalho conjunto que resulta na redução da criminalidade no DF
Em entrevista à Agência Brasília, o secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, discorre sobre a metodologia de trabalho praticada em sua pasta para combater a criminalidade no DF. Os índices têm se revelado positivos – só em 2020, foi registrada a menor taxa de homicídios dos últimos 41 anos.
Ainda no ano passado, também foi constatada uma redução de 8,6% nos chamados CVLIs – crimes violentos letais intencionais –, indicador que exibe a menor taxa em mais de duas décadas.
Para o secretário, o trabalho conjunto das forças de segurança do DF é o responsável pela diminuição desses índices – o que sinaliza o compromisso da atual gestão do GDF com a segurança de toda a população.
Anderson Torres destaca, entre outras iniciativas, o programa DF Mais Seguro, que reúne projetos fundamentais para a sociedade. “Vamos trabalhar de forma cada vez mais específica nas regiões, quadras, ruas, becos e vielas”, garante o secretário.
Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista.
A que o senhor atribui as reduções expressivas de criminalidade este ano no Distrito Federal?
Na SSP [Secretaria de Segurança Pública], trabalhamos sempre com planejamento, estipulação de metas, monitoramento e avaliação de resultado. Tudo o que fazemos é com base em estudo e estratégia. Superamos a marca de 2019 e tivemos a menor taxa de homicídios dos últimos 41 anos. Houve redução de 8,6% nos crimes violentos letais intencionais (CVLIs), a menor taxa em 21 anos. Isso significa 40 vidas salvas ano passado. Os crimes contra o patrimônio, principais responsáveis pela sensação de insegurança, caíram quase 40%. Ou seja, mais de 30 mil roubos e furtos deixaram de acontecer. Apesar do aumento da população e da redução do efetivo, conseguimos unir ainda mais as forças de segurança em ações conjuntas com outros órgãos. Cabe destacar o excelente trabalho realizado pelos profissionais de segurança pública do DF. Sem o empenho e profissionalismo de cada um, não teríamos chegado a esse resultado. Se houvesse uma palavra para resumir nosso trabalho, eu diria “integração”. Aliado a tecnologia e inteligência, trabalhar de forma integrada vem sendo nosso grande diferencial desde 2019. A redução desses índices significa mais qualidade de vida para a população e está em consonância com a orientação do governador Ibaneis Rocha, que é transformar o DF em um local cada vez mais seguro.
Quais são os principais projetos para que esses números continuem em queda?
Continuar garantindo mais segurança e qualidade de vida para a população. Vamos trabalhar de forma cada vez mais específica nas regiões, quadras, ruas, becos e vielas. Para isso, iniciamos no ano passado o programa DF Mais Seguro, que agrupa diversos projetos importantes com respostas cada vez mais diretas e objetivas para a sociedade. Um deles é o Cidade da Segurança Pública, iniciado no final do ano passado em Planaltina. Foi uma oportunidade nos aproximarmos e conhecermos, de perto, as necessidades da comunidade e os anseios dos agentes de segurança pública que atuam na linha de frente nessas regiões. Assim, podemos desenvolver políticas de segurança públicas mais precisas.
“VAMOS TRABALHAR DE FORMA CADA VEZ MAIS ESPECÍFICA NAS REGIÕES, QUADRAS, RUAS, BECOS E VIELAS”
Diferentemente da média do país, o DF obteve reduções expressivas nos feminicídios. Quais foram as medidas que contribuíram para isso?
A redução desses casos, ano passado, foi grande, de quase 50%. Isso mostra que as estratégias de prevenção têm surtido efeito e são essenciais nesse processo. Vamos continuar estudando a dinâmica desses crimes, fortalecendo os canais de denúncia e capacitando os profissionais de segurança pública nas políticas de enfrentamento à violência doméstica e familiar com base na Lei Maria da Penha e outras temáticas. Os feminicídios passaram a ser prioridade na minha gestão, e, com o cenário de pandemia, ampliamos os canais de denúncia e o atendimento a essas vítimas. Inauguramos uma nova Delegacia de Atendimento à Mulher [Deam], abrimos a possibilidade de registros on-line e aumentamos as visitas do programa de Prevenção Orientada à Violência Doméstica [Provid], da Polícia Militar, que realizou, em todo o ano passado, mais de 13 mil visitas a vítimas de violência doméstica.
50%PERCENTUAL MÉDIO DE REDUÇÃO DOS FEMINICÍDIOS, EM 2020
Como está o DF em relação a outras unidades da Federação na questão da segurança pública?
Ano passado, o Distrito Federal foi destaque entre as unidades da Federação, de acordo com instituições independentes e imprensa. No primeiro semestre de 2020, fomos a unidade da Federação com o menor número de homicídios de mulheres, de acordo com o Monitor da Violência – parceria do G1, USP e Fórum Brasileiro da Segurança Pública. Nesse mesmo período, atingimos a terceira menor taxa de homicídios, de acordo com o Atlas da Violência, do Fórum Brasileiro da Segurança Pública. No Ranking da Competitividade dos Estados, o pilar segurança pública subiu três posições e colocou o DF como terceiro lugar geral no Brasil. Cabe ressaltar, ainda, que fomos destaque nacional na elucidação de crimes violentos contra a vida. Identificar e prender autores foi muito importante para a redução das vítimas de crimes contra a vida no DF.
Ano passado, houve uma redução expressiva nos índices criminais. Como será o desafio de superar 2020?
O desafio será maior, com certeza. Ano passado, tínhamos como meta superar o recorde histórico da menor taxa de homicídio dos últimos 35 anos. Superamos e temos agora a menor taxa em 41 anos. As chaves para esse ano são planejamento, integração e tecnologia. Temos o programa DF Mais Seguro, composto pelos projetos Cidade da Segurança Pública, Área de Segurança Integrada, o Videomonitoramento e o Atendimento de Emergência. Ele vai nortear nossas ações pelos próximos dois anos. Vamos aperfeiçoar ainda mais nossos mecanismos de gestão, tornando-os cada vez mais eficientes. Tenho certeza que essas ações vão refletir não só nos números, mas na qualidade de vida da população do DF, que é nosso principal objetivo.
O senhor acha que a pandemia pode ter interferido na redução dos crimes este ano?
Não há nenhum estudo conclusivo sobre o assunto. Desde 2019, até os três primeiros meses de 2020, a maior parte dos crimes já estava em queda. Além disso, a criminalidade não parou com a pandemia. Quando a dinâmica social mudou, devido ao cenário pandêmico, sabíamos da possibilidade de migração do crime, ou seja, alguns poderiam deixar de acontecer e outros poderiam ocorrer com mais frequência. Tivemos que nos antecipar e criar novas formas de atuação, levando em conta todas os riscos devido à Covid-19, sem comprometer o atendimento à sociedade. Além disso, a produtividade policial aumentou, pois, com a proibição de shows e eventos, foi possível concentrar esforços no policiamento e no atendimento à sociedade.
“TIVEMOS QUE NOS ANTECIPAR E CRIAR NOVAS FORMAS DE ATUAÇÃO, LEVANDO EM CONTA TODAS OS RISCOS DEVIDO À COVID-19, SEM COMPROMETER O ATENDIMENTO À SOCIEDADE”
Sabemos que os crimes relacionados à violência contra a mulher são prioridade na sua gestão. Quais medidas estão sendo adotadas e quais os planos para ampliar a proteção das vítimas em 2021?
A violência doméstica é um problema sério, grave, que deve ser discutido, enfrentado por toda a sociedade. Mesmo fortalecendo e ampliando os canais de denúncia, o que poderia ocasionar aumento dos registros, fechamos o ano com queda de mais de 5% nos crimes relacionados à Lei Maria da Penha. Fortalecer o trabalho integrado entre os diversos órgãos de governo e sociedade civil relacionados à questão da mulher foi essencial para a redução desse tipo de crime. É preciso incentivar e facilitar ainda mais a denúncia e garantir o suporte às vítimas. Denunciar permite que a polícia, a Justiça e o Estado atuem, inibindo e interrompendo o ciclo da violência, impedindo que casos de agressão se tornem mais graves. O uso da tecnologia para ampliar e integrar cada vez mais os canais de denúncia também será importante para melhorar o tempo de resposta do Estado para esses casos.
Recentemente, foi encaminhada à Presidência da República a relação de emendas que ficaram fora da medida provisória que garantiu o reajuste dos profissionais da segurança pública do DF. Que tipo de benefícios essas emendas trarão para o DF? Haverá mais gastos?
São pleitos necessários para reorganizar e tornar mais dinâmica a estrutura administrativa das forças de segurança. E sem gasto extra. A sociedade muda, a criminalidade muda, a realidade política e econômica muda. Por isso, a segurança pública também precisa se ajustar a essas evoluções. Cumprimos o compromisso de garantir o reajuste das forças no início do ano e nos comprometemos a enviar as emendas em outro momento. Agora vamos continuar acompanhando para que elas sejam enviadas e aprovadas pelo Congresso Nacional.
“A SOCIEDADE MUDA, A CRIMINALIDADE MUDA, A REALIDADE POLÍTICA E ECONÔMICA MUDA. POR ISSO, A SEGURANÇA PÚBLICA TAMBÉM PRECISA SE AJUSTAR A ESSAS EVOLUÇÕES”
As forças de segurança têm sofrido com a perda de efetivo nos últimos anos. Como a SSP pretende lidar com essa situação?
Apesar das limitações de orçamento, temos trabalhado junto ao governo para recompor o quadro das forças de segurança. Foram nomeados, desde 2019, quase três mil profissionais de segurança pública. Desses, cerca de dois mil foram policiais militares. Para este ano, estamos aguardando a liberação do concurso para agente da polícia civil, que está suspenso. Mesmo com a redução de efetivo e com o aumento da população nos últimos anos, temos conseguido reduzir os índices criminais no DF. Parte dessa conquista se deve ao aperfeiçoamento dos processos de gestão de recursos, uso de tecnologia e inteligência e, principalmente, da dedicação dos profissionais de segurança pública que estão nas ruas todos os dias em defesa da sociedade.
O trabalho integrado é o forte desta gestão. Como o senhor avalia a atuação das forças de segurança, individualmente, ano passado?
Superaram nossas expectativas, mesmo com a necessidade de fazer frente aos bons números de 2019. Nós não paramos durante a pandemia. Em todo o ano passado, por exemplo, a Polícia Civil registrou 205 mil ocorrências presenciais e outras 126 mil por meio da Delegacia Eletrônica. O total de adultos presos e menores apreendidos por cumprimento de mandados e em flagrante chegou a 8 mil. Os inquéritos instaurados por desrespeito à Lei Maria da Penha chegaram a 5,2 mil.
353 MILOCORRÊNCIAS POLICIAIS FORAM ORIGINADAS, EM 2020, DE 450 ATENDIMENTOS PELO CANAL 190
Outro dado relevante, que impactou diretamente na redução dos crimes, foi a prisão de 209 pessoas envolvidas com o crime organizado. Quase quatro mil armas – entre revólveres, armas brancas e simulacros – foram retiradas de circulação pela Polícia Militar. Dessas, 1,6 mil eram armas de fogo. Isso implica diretamente a redução dos crimes violentos. Chama atenção o tempo médio de atendimento de emergência da corporação, que chegou a 8 minutos entre o acionamento e a chegada ao local. Durante o ano, foram feitos quase 450 mil atendimentos por meio do 190; desse total, 353 mil viraram ocorrências policiais.
23,7 MILNÚMERO DE ATENDIMENTOS EM OPERAÇÕES DE BUSCA E SALVAMENTO DO CBMDF NO ANO PASSADO
O Corpo de Bombeiros [CBMDF] teve um importante papel no atendimento direto à sociedade. Ano passado, a instituição combateu 12,3 mil incêndios em edificação e florestais. A operações de busca e salvamento chegaram a 23,7 mil atendimentos. Além de cursos e capacitações para outros estados, os militares participaram do combate ao incêndio no Pantanal, entre outras operações de destaque no país. Cabe destacar, ainda, a atuação do Detran, que reduziu em 45% os acidentes fatais nas vias urbanas do Distrito Federal ano passado. Mesmo com a pandemia, a fiscalização, a engenharia e educação de trânsito continuaram. Foi criado, ainda, o aplicativo Detran Digital, com o objetivo de dar mais agilidade aos atendimentos à população.
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