Decisão foi tomada nesta segunda-feira (22) pelo Conselho Deliberativo do Fórum do SBTVD
O Conselho Deliberativo do Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD) concluiu, nesta segunda-feira (22), as discussões para a seleção da última camada que faltava para a definição completa do padrão da TV 3.0. O Fórum SBTVD encaminhará recomendação ao Ministério das Comunicações para a adoção da tecnologia de transmissão do sistema ATSC 3.0 como parte do conjunto de tecnologias da TV 3.0.
“É uma das revoluções mais esperada do setor. A nova geração de TV Digital integrará o conteúdo transmitido pelo serviço de radiodifusão à internet, criando novos modelos de negócios e empregos” afirma o ministro das Comunicações, Juscelino Filho.
A tecnologia recomendada pelo Fórum integra a chamada “camada física” da TV 3.0, responsável pela transmissão e recepção dos sinais pelo ar. A TV 3.0 será o novo padrão de televisão digital brasileiro e contará com inovações tecnológicas que permitem uma melhor qualidade de som e imagem, interatividade aprimorada, recursos de acessibilidade e integração com conteúdo da internet.
Desde dezembro de 2023 até maio de 2024, o Fórum SBTVD conduziu testes de campo com duas tecnologias candidatas para a camada física. Após uma avaliação minuciosa, que considerou todos os dados coletados desde o início do Projeto em 2020, os Módulos Técnico, de Mercado e de Propriedade Intelectual do Fórum SBTVD, em conjunto com o conselho deliberativo do Fórum, decidiram, por unanimidade, recomendar a tecnologia ATSC 3.0 ao Ministério das Comunicações. Essa recomendação foi baseada na adequação da tecnologia aos requisitos específicos do projeto TV 3.0.
O Ministério das Comunicações reconhece o papel fundamental do Fórum SBTVD, estabelecido pelo Decreto nº 5.820/2006 e reafirmado pelo Decreto nº 11.484/2023, em assessorar o Governo Brasileiro sobre políticas e questões técnicas relacionadas à aprovação de inovações tecnológicas, especificações, desenvolvimento e implementação do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre.
A decisão final sobre os padrões do serviço de radiodifusão no Brasil é da Presidência da República.
TV 3.0
O Ministério das Comunicações anunciou em abril que o novo padrão de televisão aberta vai estar pronto para transmissão no próximo ano, com o objetivo de revolucionar o setor com uma integração completa dos canais de TV com a internet.
A navegação será mais interativa, passando a ser feita apenas por aplicativos, abandonando o atual sistema por números. Isso permitirá que os canais ofereçam, além do que já é transmitido ao vivo por sinal aberto, conteúdos adicionais sob demanda, como séries, jogos, programas e muitas outras possibilidades.
A qualidade da imagem irá, no mínimo, quadruplicar. O padrão atual, que é a TV Digital com Full HD, passará a ser transmitido pelo ar em até 4k, ou até 8k caso seja assistido pela internet. Isso significa que a imagem terá ao menos quatro vezes mais pixels, trazendo mais informações por espaço, melhorando a cor e a nitidez. O contraste também vai ser aprimorado, por meio de tecnologias de HDR (High Dynamic Range).
Com som imersivo, a tecnologia vai permitir que o telespectador tenha a sensação de estar no ambiente que está sendo assistido. O telespectador poderá, por exemplo, escolher entre ouvir apenas o microfone do cantor com a banda ou destacar o som da plateia.
Além disso, será possível personalizar os temas e as propagandas disponíveis nos seus canais, com o objetivo de melhorar a experiência para o telespectador. A migração para o novo padrão deverá ser gradativa, possivelmente começando pelas grandes cidades.
Alternativas
Para as emissoras, a TV 3.0 abre novas possibilidades de geração de receitas, como com a publicidade interativa, na qual os telespectadores podem interagir com os anúncios exibidos na tela. Isso permitirá a criação de campanhas publicitárias interativas com o público, por exemplo.
Será possível ainda integrar o comércio eletrônico com as imagens exibidas, fazendo compras diretamente da tela da TV, seja por meio de anúncios interativos ou de aplicativos integrados.
A “TV do Futuro” terá espaço para parcerias e patrocínios com marcas e empresas. Os programas poderão, além de ser patrocinados por marcas específicas, se associar a conteúdos específicos ou criar programas de marca exclusivos para promover seus produtos ou serviços.
Será possível também produzir conteúdo exclusivo para atrair telespectadores dispostos a pagar por uma experiência diferenciada. Isso pode incluir programas originais, eventos ao vivo, transmissões esportivas e muito mais.