Evento na Câmara dos Deputados contou com autoridades dos Três Poderes, delegações diplomáticas e debates sobre regulamentação, ética e comunicação política
O 1º Simpósio Internacional “Inteligência Artificial e Democracia: Desafios e Perspectivas” movimentou Brasília nesta terça-feira (26), reunindo 254 credenciados no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados. O encontro, promovido pelo Instituto de Regulamentação da Inteligência Artificial (IRIA), trouxe representantes dos Três Poderes, membros de diversas delegações diplomáticas, pesquisadores, parlamentares e juristas para discutir os impactos da IA sobre a democracia. A iniciativa contou ainda com o apoio da Fundação Republicana Brasileira e da Fundação Francisco Dornelles.
Ao longo do dia, painéis abordaram experiências internacionais de regulamentação, o projeto de lei brasileiro sobre inteligência artificial (PL 2.338/23), políticas públicas, o uso da tecnologia no Judiciário e os riscos da comunicação política mediada por algoritmos e deepfakes. Representantes da União Europeia e do Canadá compartilharam modelos regulatórios em andamento em seus países, oferecendo comparações valiosas para o debate nacional.
Para o presidente do IRIA e organizador do simpósio, Marcelo Senise, o evento marca um divisor de águas no debate sobre tecnologia e democracia no país.“Conseguimos, com êxito notável, promover um diálogo construtivo e multifacetado, que reuniu, pela primeira vez com essa intensidade, representantes do governo, da academia, do setor privado e da sociedade civil. Este não foi apenas um encontro, mas uma confluência de perspectivas sobre os desafios que a inteligência artificial impõe ao nosso arcabouço democrático”, afirmou.
O simpósio também marcou o lançamento do livro “A Delicada (ou não) Arte da Desconstrução Política”, de autoria de Senise, publicado pela Editora Viseu e com prefácio do ex-governador José Roberto Arruda. Em cerca de 300 páginas, a obra discute os efeitos da inteligência artificial sobre a democracia contemporânea e foi apresentada em uma sessão de autógrafos durante o coquetel de encerramento.
O balanço final foi considerado “extremamente positivo” pelo IRIA, que já confirmou uma nova edição para novembro deste ano, ampliando o debate sobre ética, regulamentação e uso da inteligência artificial na comunicação política e nos processos democráticos. “Mais do que uma expectativa, há um compromisso concreto do IRIA em dar prosseguimento a esse debate crucial. O tema da regulamentação da IA precisa permanecer em pauta com a profundidade e a seriedade que exige”, concluiu Senise.