
Especialista defende que a era dos agentes autônomos impõe novos debates sobre ética, vieses e responsabilidade social no uso da tecnologia
Ferramentas com inteligência artificial estão cada vez mais presentes na rotina de quem trabalha, estuda ou busca mais tempo para si. Agentes de IA autônomos já são capazes de agendar compromissos, responder mensagens, participar de reuniões, organizar tarefas e até realizar compras com base nos hábitos do usuário. Lucas Reis, doutor em Big Data e especialista na gestão de inteligências artificiais, afirma que o uso dessas ferramentas representa um avanço significativo, mas levanta discussões urgentes sobre responsabilidade, controle de dados e impactos no comportamento social.
De acordo com o Relatório Anual de Impacto da Tecnologia da Tech.co, 88% dos líderes empresariais afirmam que a tecnologia aumentou a produtividade em suas empresas nos últimos doze meses. Além disso, 61% dos trabalhadores acreditam que o uso da IA melhorou o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, tornando a execução das tarefas mais eficiente. Apesar dos ganhos, a velocidade da adesão exige uma análise cuidadosa sobre os efeitos que essas escolhas provocam no cotidiano e nas relações humanas.
Para Lucas Reis, estamos vivendo um momento de inflexão. Os agentes de IA têm potencial para aliviar a sobrecarga mental, ampliar o tempo disponível para decisões estratégicas e reduzir tarefas repetitivas. No entanto, ele alerta que a discussão não pode se limitar à eficiência. “Quando a inteligência artificial começa a tomar decisões em nosso lugar, surge a necessidade de uma governança mais estruturada. É necessário ter diretrizes e regras bem definidas sobre o que pode e, especialmente, o que não pode ser executado por um agente autônomo.”, afirma.
O especialista reforça que os agentes inteligentes ainda estão em fase de amadurecimento. Para que os ganhos em produtividade e bem-estar se realizem no longo prazo, é preciso mudanças nos processos organizacionais, na mentalidade e na capacitação dos profissionais. Segundo ele, o debate precisa evoluir da ideia de que a tecnologia resolve tudo sozinha para um entendimento de que a tecnologia persegue objetivos definidos por pessoas.
“A inteligência artificial pode, de fato, nos ajudar a viver melhor, mas ela precisa ser usada com intencionalidade e maturidade. Isso demanda desenvolver sistemas responsáveis, com mecanismos de auditoria, políticas públicas atualizadas e um letramento digital que permita às pessoas compreender o fenômeno de maneira plena. A aumenta o impacto das pessoas, o que amplia a responsabilidade de cada ser humano que a utiliza”, conclui.
Sobre Lucas Reis
Lucas Reis é Doutor em Big Data aplicado à Comunicação, Pesquisador Associado do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT-DD), Fundador da Zygon Adtech e Digital IsCool. É Vice-Presidente de Operações do IAB Brasil, Presidente da Associação Baiana do Mercado Publicitário (ABMP) e Coordenador do Programa Avançado em Gestão da Comunicação Digital da Escola Aberje. Reconhecido como Líder Empresarial das Américas pelo Departamento de Estado dos EUA, Lucas também é professor na Miami Ad School, Cimatec e Sandbox Escola de Estratégia, e palestrante em eventos como RD Summit, Rio2C, Próxxima, Campus Party, Adtech & Branding, Scream Festival e Harvard Comparative Approaches on Misinformation.