Além de serem recomendadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde), as máscaras de tecido tornaram-se obrigatórias por lei em grande parte das cidades brasileiras. A confecção desses itens se mostrou uma oportunidade de negócio para vários pequenos empreendedores em um primeiro momento, mas até mesmo as grandes varejistas começaram a oferecer esse “acessório” em seus canais de venda.
Desde o fim do mês passado, empresas como Renner, C&A, Riachuelo, Hering, Hope, Malwee e outras marcas de moda começaram a produzir as máscaras em grande escala. Com as lojas fechadas, a ponte para alcançar o consumidor tem sido o e-commerce e as vendas por Whatsapp.
Como são essas máscaras? O padrão de produção é aquele recomendado pela OMS. As máscaras são de algodão (ou tricoline, um tecido que tem o algodão como componente) e contam com camada dupla. Os modelos e estampas são variados, e alguns até mesmo “combinam” com roupas vendidas por essas mesmas marcas.
Por que as varejistas resolveram embarcar nessa? A maioria partiu da relação B2B (business-to-business). Inicialmente, a produção de máscaras e outros equipamentos de proteção estava dedicada à doação para hospitais e instituições carentes. Em seguida, as empresas passaram a produzir os itens em volume maior para atingir, também, seus consumidores habituais.
Depois de confeccionar mais de 3 milhões de máscaras em uma parceria sem fins lucrativos com o governo do Rio Grande do Norte, a Riachuelo produziu em uma primeira leva cerca de 10 mil máscaras para a venda nas plataformas digitais.
“O momento é delicado, então além de contribuir para o enfrentamento da covid-19 também buscamos alternativas para continuarmos ativos no mercado. A venda de máscaras é uma forma de adaptar nosso negócio ao momento atual do mundo, oferecendo opções para os clientes se protegerem”, conta Marcella Kanner, gerente de marketing da Riachuelo.
A adaptação, nesse caso, pode ser uma importante forma de continuidade de negócios. Em momentos de crise, os consumidores passam a priorizar os itens essenciais, e por isso a compra de roupas e calçados cai drasticamente. Esse fenômeno foi potencializado pelo fato de que o isolamento confinou boa parte da população em casa, o que diminui a necessidade de troca de itens do guarda-roupa.
A máscara virou um acessório? As diferentes estampas e modelos sugerem que as máscaras podem não ser só um item de proteção, mas também um acessório do dia-a-dia. A HOPE, forte no segmento de roupas íntimas, acredita que o uso das máscaras será “normalizado” nos próximos meses.
A empresa doou 40 mil máscaras para o governo do Ceará, e já prepara uma leva de peças para serem vendidas pelo site e pelo WhatsApp. “Em meio à crise, enxergamos a oportunidade. Nossas consumidoras estão começando a assimilar que as máscaras são os novos produtos essenciais do momento”, diz Sandra Chayo, diretora de marketing e estilo do Grupo HOPE.
Ela também conta que as empresas têm comprado os itens para oferecer aos colaboradores quando o funcionamento de alguns serviços estiverem sendo progressivamente retomados. “Elas nos procuram para comprar grandes quantidades de máscara, já se preparando para uma pós-quarentena“, afirma Chayo.
Quanto custa? As máscaras “caseiras”, aquelas feitas por pequenos empreendedores, têm um preço médio de R$ 3 a R$ 7. Já as oferecidas pelas grandes varejistas têm um custo superior, e o prazo de entrega também está mais longo, por causa da alta demanda.
As máscaras de tecido da Riachuelo são vendidas em um kit de 2 peças, com custo de R$ 29,90. Já as da HOPE são vendidas em diferentes quantidades. O kit de 2 peças custa R$ 19,90, e o de 10 peças custa R$ 92,90. Na C&A, as máscaras avulsas partem de R$ 9,99. Na Renner, as peças custam R$ 15,90. Já a Hering tem kits de 2 máscaras de pano por R$ 25,99.
As varejistas entregam em todo o Brasil, e o prazo para o recebimento das máscaras parte de 4 dias úteis. Vale dizer que muitos modelos têm se esgotado rapidamente, então é necessário checar quais máscaras estão disponíveis.