Número de desaparecidos no DF reduz 30%

Ação rápida da Segurança Pública e pandemia influenciaram nos índices. Entre 2019 e 2020, mais de 84% das ocorrências registradas foram solucionadas

Por Flavio Botelho

O número de pessoas desaparecidas no Distrito Federal diminuiu de 2.971 para 2.052 entre 2019 e 2020, o que representa uma redução de 30,9%. Os dados estão no relatório anual sobre este tipo de ocorrência, preparado pela Secretaria de Segurança Pública, que revelou também uma melhora no número de casos solucionados: de 84,8% para 86,7%, no número de pessoas encontradas.

31%dos casos de pessoas desaparecidas em 2020 foram solucionados em até 24 horas

A grande maioria dos casos são desaparecimentos considerados voluntários. Geralmente, quando a vítima some por vontade própria, motivada na maioria das vezes, em função de conflitos familiares, episódios de violência doméstica e uso de drogas. Já os desaparecimentos involuntários, em menores vezes, são resultados de vítimas de crimes com restrição de liberdade, acidentes ou crise psiquiátrica. Esses últimos representaram cerca de 1% de todos os casos registrados.

Os dados compilados pela pasta mostram também que, quanto mais ágil a resposta, maiores as chances de encontrar a pessoa desaparecida. No ano passado, 31% dos casos foram solucionados em até 24 horas depois que o boletim de ocorrência foi registrado. Em 2019, o percentual no mesmo intervalo de tempo foi de 32%.

Quando somos acionados, imediatamente fazemos contato com a família e orientamos se é um caso de divulgar ou não nas redes sociais. Na maioria das vezes, a divulgação ajuda na eficiência das investigações e consequente localização do desaparecidoLuiz Henrique Sampaio, delegado-adjunto da Divisão de Repressão a Sequestros

A orientação da Polícia Civil é, em caso de desaparecimento, procurar a delegacia mais próxima e registrar um boletim de ocorrência. “É importante fazer uma busca e checagem de acordo com a rotina da pessoa. Verificar se ela não se encontra em locais que costuma frequentar. Se mesmo assim não se conseguir contato, é hora de procurar a polícia”, explica o delegado-adjunto da Divisão de Repressão a Sequestros (seção que investiga casos desse tipo de caso), Luiz Henrique Sampaio.

De acordo com a PCDF, um dos motivos para a redução no número de desaparecidos no DF em 2020 foi a pandemia, que forçou uma mudança no comportamento da sociedade e fez com que as pessoas não saíssem tanto de casa. Além disso, uma atuação mais próxima da polícia com a sociedade.

Outra importante ferramenta utilizada pela Polícia Civil nas investigações são as redes sociais, como explica o delegado Sampaio: “Quando somos acionados, imediatamente fazemos contato com a família e orientamos se é um caso de divulgar ou não nas redes sociais. Na maioria das vezes, a divulgação ajuda na eficiência das investigações e consequente localização do desaparecido”.

Nos casos de desaparecimentos mais prolongados, nos quais a vítima está sumida há anos, fotos das pessoas são divulgadas em diversos meios, como nas contas de eletricidade e água. Para a policia, é uma alternativa para se obter referências e informações para auxiliar a investigação.

A PCDF conta com a colaboração da população nesse trabalho de encontrar pessoas desaparecidas. Para mais informações sobre como proceder em caso de desaparecimento, ou mesmo apontar informações que possam contribuir no trabalho dos investigadores, disque 197 ou acesse o site.

* Com informações da Secretaria de Segurança Pública

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