Acatar as orientações das autoridades de saúde é a chave, afirmam profissionais da linha de frente.
Por Larissa Azevedo*
Números de recuperados da Covid-19 seguem crescendo de forma expressiva no Distrito Federal. Até o momento da publicação desta matéria, de acordo com boletim oficial da Secretaria de Saúde (SES-DF), são 156.012 pessoas que entram para essa estatística. Quanto aos casos ativos, há 12.074, e óbitos, 2.720.
No DF, as cidades com mais casos confirmados são Ceilândia, Taguatinga e Plano Piloto, com 20.149, 13.752 e 13.558 casos, respectivamente. Do total de casos, 170.806, a maioria, 56,3%, apresenta complicações relativas ao cardio. E o perfil majoritário do número integral é feminino, 53,6%.
Fase de recuperação
Em entrevista exclusiva ao Tudo OK Notícias, Regina Benini, 56, aposentada do Exército, afirmou ter se contaminado em junho. Sentiu poucos sintomas: dores de cabeça e na barriga, febre e, em apenas um dia, falta de ar.
“No início, passei tranquila”, afirma. Contudo, em agosto, os sintomas voltaram, desta vez, mais fortes. Preocupada, fez uma tomografia e um novo exame da Covid-19. Para sua surpresa, estava com 25% do pulmão comprometido – Pneumonia. Além disso, estava tomando medicamentos para tratar sinusite.
“Fiquei tão positiva no início, que até criei um ‘Diário do Corona’, no meu Instagram (@reginabenini). Em que mostro todo o meu processo de recuperação. Todo mesmo.”
Assim, chegou a tomar uma injeção para evitar trombose. Dias depois, fez mais um exame da Coronavírus. Deu negativo, mas seu médico afirmou que o comprometimento do pulmão se deu devido à permanência do vírus em seu organismo.
Regina Benini cuida de sua mãe, 84, que vive acamada por causa de um AVC. A senhora recebe todo tipo de acompanhamento, que vai desde terapia até médico. Na própria casa, ela afirma que a mãe pegou o vírus, mas se recuperou muito bem. Seu filho, de 21 anos, também foi contaminado. Mas pegou em uma viagem ao Rio de Janeiro. Ao retornar a Brasília, ficou em um hotel.
“Meu principal desafio em época de recuperação foi manter a positividade. Por isso, me desliguei do mundo. Fui ler, assistir a filmes, fazer artesanato. Quando o mental cai, o físico também cai. Fui me conectar comigo”, afirma a Ex-Tenente Coronel do Exército.
Quando questionada sobre a Regina antes e pós-covid, ela enfatiza que nada é o mesmo. Hoje, enxerga o mundo de outra maneira. Por isso, está dando mais atenção à solidariedade e à empatia.
Legenda: Regina, em isolamento, acenando para selfie feita por amigas, que foram levar seu doce favorito – arroz doce. Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução.
Rotina do profissional de saúde
A enfermeira Aline Cristina, 33, relata que a adaptação tem sido um grande desafio: “Mesmo fazendo parte da equipe de saúde, somos obrigados a viver esse novo normal. O uso de máscaras, a distância da família e amigos. Tudo isso é o mesmo”, diz.
A rotina da enfermeira também mudou. Ela está conciliando dois empregos com o acompanhamento da vida, mais a distância, do filho e do marido, que se englobam no grupo de risco. “A enfermagem é uma missão. Eu escolhi ajudar as pessoas”, se emociona.
Aline Cristina aproveitou para validar as práticas de higiene, ponderando o uso de máscara, álcool em gel a 70%, lavagem das mãos com água e sabão. “Ao chegar em casa, é importante tomar um banho antes de qualquer outra coisa. O cuidado deve ser triplicado com pessoas mais vulneráveis ao vírus, como idosos, portadores de alguma patologia e crianças”, finaliza.
Ações em prol da saúde comunitária
A pasta da Saúde tem repassado verbas extras e fortalecido a rede de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), com envio de recursos humanos (médicos e profissionais de saúde), insumos, medicamentos, ventiladores pulmonares, testes de diagnóstico, habilitações de leitos de UTI para casos graves e gravíssimos e Equipamentos de Proteção Individual (EPIS) para os profissionais de saúde.
*Estagiária sob supervisão de Maurício Nogueira
Fonte: tudo ok noticias