Por Lúcio Flávio
Mais de 40 agentes da Vigilância Ambiental, bombeiros e servidores locais entraram em campo contra a dengue e o coronavírus
Quase onze da manhã. Um homem todo de branco com máscara, luvas e capacete de proteção adentra a Feira Permanente da Estrutural. Com uma bomba de jato nas mãos, jorra pelo ar uma substância química de cheiro forte, chamando a atenção dos passantes. O que parecia ser uma trama de ficção científica nada mais era do que outra ação social do GDF pela cidade.
“Fizemos um pré-cadastro de pessoas desassistidas. A ideia é distribuir cesta básica emergencial para que essas pessoas amenizem um pouco seu sofrimento”Bete Guilherme, Secretaria de Governo
Trata-se, na verdade, de uma força-tarefa envolvendo quase 50 agentes da Vigilância Ambiental, bombeiros e servidores daquela região administrativa com o intuito de higienizar toda a área e conscientizar as pessoas sobre a prevenção e os problemas trazidos pela dengue e pela Covid-19. Durante a operação, agentes distribuíram milhares de máscaras para os moradores.
“O governo integrado faz a diferença e essas ações sociais são a marca da gestão Ibaneis Rocha. Vamos deixar esses trabalhos como um legado para a população”, disse o secretário de Governo, José Humberto, que deu o start da operação por videoconferência.
“Hoje aconteceram duas ações em conjunto e simultaneamente aqui: uma do Sanear-DF, que irá combater a proliferação do vírus da Covid-1; e o Sanear-Dengue, operação de conscientização contra o Aedes aegypit”, antecipou o diretor do Departamento da Vigilância Ambiental, Edgar Rodrigues.
Integração
O programa GDF Presente também desembarcou na Estrutural para realizar uma série de serviços para a comunidade, como retiradas de entulhos, pintura dos meios-fios e de faixas de segurança. Para tanto, contou com o apoio da equipe do Departamento de Trânsito (Detran-DF).
Cerca de dez caminhões e duas pás mecânicas trabalhavam intensamente para manter lotes e ruas limpos. “A cidade tem a cultura de catar, acumular lixo, porque são pessoas que vivem do material reciclável”, enfatiza o administrador da cidade, Major Gustavo Cunha de Souza, há nove meses na função. “Aquilo que eles não pegam, o que sobra vira resíduo. Então, essa ação é bem-vinda porque limpa a cidade, deixando o lugar com uma cara boa”, acrescenta.
E limpa mesmo. Caminhões-pipa rodaram toda a cidade dando banho nas paradas de ônibus com uma mistura de cloro concentrado e água sanitária. E, para não deixar a mensagem de limpeza se perder no ar, quatro viaturas da Vigilância Ambiental pulverizaram praças e quadras esportivas, entre outros espaços públicos.
“Esse trabalho é feito em lugares onde as pessoas têm contato com as mãos”, explica o agente sanitário Domiron Rodrigues, há três mês na missão, convocado por meio de contrato emergencial. “Como o jato é mais forte, amplia a desinfestação da área. Só de estar jogando ali já mata o vírus”, arremata o profissional.
Conscientização
Enquanto isso, 16 servidores das secretarias de Governo e de Cidades fizeram a entrega de 100 kits higiênicos para moradores da comunidade Santa Luzia. Tiveram acesso preferencial a essa cesta básica diferenciada mulheres grávidas e pessoas que fazem parte do grupo de risco para infecção por coronavírus.
O material foi cedido pela Defesa Civil, como parte das doações recebidas pelo Comitê de Emergência Covid-19, grupo criado pelo GDF com participação de vários servidores de diversas áreas para atuar no combate à pandemia. “É uma comunidade irregular, mas a gente não pode deixar de olhar a questão humana e de atender essas pessoas carentes”, comenta a chefe da Unidade de Projetos Especiais da Secretaria de Governo, Bete Guilherme.
“Aproveitamos a oportunidade e fizemos um pré-cadastro de pessoas desassistidas de qualquer assistência social, seja do governo local ou federal. A ideia é distribuir cesta básica emergencial para que essas pessoas amenizem um pouco seu sofrimento”, completa.
Munidos de máscaras para distribuir à comunidade local, 15 agentes da Vigilância Ambiental bateram de porta em porta, explicando aos moradores os cuidados necessários para se prevenir contra o mosquito da dengue. Sem entrar nas residências, em respeito aos protocolos de saúde contra o coronavírus, eles passavam instruções como colocar água sanitária nos ralos, limpar sempre as calhas e caixa d’águas e manter vasos fechados.
“É bom para a população pois ajuda a gente a entender o que está acontecendo e enfrentar o perigo”, agradece Deusdete Marques Ferreira. “Medo não tenho, mas não pode duvidar, tem que prevenir o quanto que puder”, emenda a dona de bar Adriana Maria da Silva, há 24 anos tocando o ponto de esquina no bairro Setor Leste.
Fonte: Agência Brasília