DF é líder em leitos de UTI, respiradores, médicos e enfermeiros no país

Levantamento foi feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). GDF continua trabalhando na melhoria da infraestrutura

O levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta o Distrito Federal como a unidade da federação do país com maior número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), respiradores, médicos e enfermeiros a cada 100 mil habitantes. Os dados reforçam a importância que o governo local emprega na área de saúde e que cresceu ainda mais com a chegada do novo coronavírus, causador da Covid-19. 

As informações utilizadas pelo IBGE tiveram como base o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde 2019 (DataSUS), a pesquisa Regiões de Influência das Cidades 2018, o Censo Demográfico 2010 e a pesquisa Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas do Brasil 2015. Dados que foram gerados em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A pesquisa feita pelo IBGE mostra, então, que o DF lidera nos seguintes quesitos:

– Leitos de UTI a cada 100 mil habitantes: 30

– Respiradores a cada 100 mil habitantes: 63

– Médicos a cada 100 mil habitantes: 338

– Enfermeiros a cada 100 mil habitantes: 198

A reportagem afirma que o DF tem a melhor distribuição de médicos do país, com 338 profissionais por 100 mil habitantes. Segundo o coordenador de Geografia e Meio Ambiente do IBGE, Cláudio Stenner, o recomendável são 80 médicos generalistas por 100 mil habitantes, condição que o DF ultrapassa com folga. 

O secretário de Saúde, Francisco Araújo garante que esforços não são medidos para aprimorar, dia a dia, o enfrentamento ao coronavírus. “Temos um compromisso humano com a população de dar nosso melhor e incentivamos os profissionais da saúde pela dedicação, esforço e suor para dar resultados”, diz. O titular da pasta compara a pandemia a uma guerra: “Vivemos um dia de cada vez com o objetivo de proteger as pessoas”.

De acordo com ele, o processo envolve fortalecer as políticas públicas de saúde, com movimentos diários para montar leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) caso a população precise. “Defendemos os princípios do SUS, inclusive de humanidade. No meio de toda a crise, abrir o sorriso das pessoas e incentivar nossos trabalhadores vulneráveis, do front, que usem equipamentos de proteção individual e não tenham medo. Estamos colocando nossas vidas para salvar as vidas dos outros”, aponta.

Taxa baixa de mortalidade

O Distrito Federal registra, nesta sexta-feira (8), 2.296 casos confirmados de infecção por Covid 19 e 35 óbitos por complicações originárias da doença. A taxa de mortalidade do novo coronavírus é, portanto, de 1,55%. Índice bem abaixo da média nacional, que atualmente está em torno de 7%. 

No ranking nacional, o Distrito Federal só fica atrás do estado de Roraima, cuja taxa está em 1,37%. Segundo dados apresentados pelo Ministério da Saúde, a capital da República está em situação mais favorável que outras regiões com grandes centros metropolitanos, como é o caso do Rio de Janeiro (9,84%); São Paulo (8,02%) e Minas Gerais (3,82%). 

O vizinho goiano também tem uma taxa relativamente baixa se comparada à média nacional. Dos 1.027 infectados, o estado de Goiás contabiliza 44 mortes, registrando um índice de mortalidade de 4,28%.

Para o sanitarista Eduardo Hage, subsecretário de Vigilância à Saúde, há pelo menos dois motivos para o DF ter um índice tão baixo de mortalidade. O primeiro está intimamente relacionado ao número de leitos de UTI disponível. O segundo, às medidas precoces de afastamento social, tomadas pelo GDF logo no início da pandemia.

“Hoje conseguimos ter leitos de UTI para todos os pacientes críticos e ainda mantivemos a curva de infecção baixa, o que garantiu que não houvesse um possível pico acelerado como em outros estados”, detalhou.

Medidas adotadas

O cenário da saúde pública no Distrito Federal pode ser ainda melhor que o retrato apresentado na pesquisa do IBGE. Isto porque, com a chegada do novo coronavírus, o governo reforçou a pasta com novas contratações de profissionais de saúde, a ampliação da rede de leitos de UTI e aquisições de novos equipamentos. 

“Estamos monitorando tudo e reforçando a força de trabalho. Conforme o perfil epidemiológico vai se alterando ao longo da pandemia, seguiremos com a ampliação dos leitos e tomadas de outras medidas”, explica o secretário-adjunto de Saúde, Ricardo Tavares Mendes. 

Segundo a Secretaria de Saúde, a rede pública sozinha já conta com 604 respiradores e planeja a compra de mais 300 unidades. Além, disto já contratou mais 20 Leitos de UTI da rede privada para o atendimento exclusivo aos pacientes de COVID-19.

O governo também planeja, em breve, a inauguração de um hospital de campanha no Estádio Nacional Mané Garrincha. No local, está prevista a instalação de pelo menos 200 leitos com suporte respiratório. 

Neste ano, o governo nomeou um total de mil servidores da área de saúde. Foram chamados 773 médicos, 152 enfermeiros, 74 especialistas e um técnico. A título de comparação, em 2019 foram nomeados 376 profissionais de saúde, sendo 200 médicos, 131 técnicos de enfermagem, 27 especialistas em Saúde e 18 enfermeiros.

Vale destacar ainda, o reforço do executivo em aprovar o Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 39/2020, que garantirá mais R$ 1,38 bilhão no orçamento destinado à rede de saúde pública distrital. O texto garante um auxílio financeiro da União aos estados e municípios e suspende pagamento de dívidas a fim de diminuir os impactos da crise causada pela pandemia do coronavírus.

* Com informações da Secretaria de Saúde e IBGE

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