Parlamentares denunciam abusos de autoridade na Segurança Pública e Saúde

Por Franci Moraes

Em sessão extraordinária remota nesta terça-feira (2), deputados criticaram situações de abuso de autoridade em corporações militares. O deputado Hermeto (MDB) narrou que foi procurado por diversos policiais militares que denunciaram a postura do coronel Helberth de Souza, “que não sabe lidar com os subordinados”. Para Hermeto, os policiais devem ser tratados com respeito e não pode haver abuso de autoridade na corporação. O deputado Roosevelt Vilela (PSB) afirmou que também no Corpo de Bombeiros Militar do DF, um comandante humilhou policiais por motivos banais. “Não se trata de defesa à indisciplina, mas sim de respeito”, reforçou.

Por sua vez, o deputado Jorge Vianna (Podemos) declarou que a Secretaria de Saúde precisa rever as condutas e comportamentos de supervisores. Ele enviou ofício àquela Secretaria cobrando explicações sobre a exoneração de uma servidora do Instituto de Saúde Mental, na semana passada, por motivos políticos. Segundo o deputado, a superintendência do instituto desconsiderou um abaixo-assinado de pacientes, pedindo a permanência da servidora e a exonerou por “perseguição política”.   Vianna enfatizou que nunca fez indicações políticas para cargos na Secretaria e considerou que “é preciso acabar com a politização” na área.

Merenda escolar – O deputado Chico Vigilante (PT) denunciou lobby da São Paulo Alimentos junto à Secretaria de Educação do DF, que prevê uma licitação de R$ 560 milhões para aquisição de merenda escolar. De acordo com o parlamentar, a empresa está envolvida em uma série de irregularidades no País, cujas “falcatruas” foram tema de reportagem do Jornal Nacional, da rede Globo. Vigilante acrescentou que levará o caso ao Ministério Público e demais órgãos de controle.

Covid-19 – O aumento do número de casos e mortes por Covid-19 no DF voltou a concentrar os debates dos distritais. O deputado Leandro Grass (Rede) citou que a capital ultrapassou dez mil casos, com 163 óbitos. “Não estamos falando apenas de números, mas de histórias de vida”, afirmou. Ele repudiou o comportamento do presidente Bolsonaro que, em evento no último domingo (31), apertou a mão das pessoas e não usou máscara, em descumprimento ao decreto do GDF, e ainda subiu em um cavalo da Polícia Militar do DF. Para Grass, a corporação não deveria ter cedido o animal nem contribuído com a “postura irresponsável” do presidente. “Vivemos uma catástrofe sem precedente no País”, considerou o deputado Cláudio Abrantes (PDT), ao acrescentar que os estados não recebem ajuda do governo federal para evitar a propagação da doença.

Já a deputada Arlete Sampaio (PT) chamou a atenção para o aumento do número de casos da doença no País, que ultrapassou meio milhão. Mais uma vez, ela se posicionou contra a flexibilização das medidas de isolamento, uma vez que a pandemia não está sob controle no Brasil, tampouco no DF. Do mesmo modo, o deputado Prof. Reginaldo Veras (PDT) criticou medida local que autoriza a volta ao trabalho das cooperativas de reciclagem de papel. Ele enfatizou que os cooperados pertencem a comunidades extremamente vulneráveis, que trabalham em ambiente de insalubridade.

Ao lamentar a morte de mais um detento do sistema prisional do DF por Covid-19, o deputado Fábio Felix (PSOL) disse que o presidente zomba do povo. Ele considerou que tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, que vive uma onda de protestos após a morte de George Floyd, os negros e pobres só conhecem a mão violenta do Estado. Felix se disse um defensor da democracia e totalmente contrário ao fascismo.


Núcleo de Jornalismo – Câmara Legislativa

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