CLDF rende homenagem às mulheres trabalhadoras de saúde

Em discurso emocionado, a autora da sessão solene, deputada Dayse Amarilio, se comprometeu a dar voz a essas profissionais de saúde | Foto: Rinaldo Morelli/CLDF

A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) realizou sessão solene na manhã desta sexta-feira (31) para render homenagem às mulheres que atuam como profissionais de saúde. A reunião foi proposta pela deputada Dayse Amarilio (PSB) e realizada no plenário da Casa, com transmissão da TV Câmara Distrital.

Em seu pronunciamento inicial, a deputada reafirmou seu compromisso com os profissionais da saúde. “Tenho consciência de que sou a voz de muitas mulheres e muitas categorias. Sei que saúde não se faz só com enfermagem e, por isso, vamos prestar homenagem como forma de demonstrar o carinho e o respeito que a gente tem, porque vocês fazem demais pela sociedade. Faço um compromisso diante de vocês, da minha equipe e de todos os profissionais de saúde que vou fazer de tudo para honrar e dar voz a vocês. Porque sei o quanto são importantes”, declarou.

Além disso, a distrital também relembrou momento marcante de sua vida profissional. “Quando eu era residente, vi uma paciente comentando que o sonho dela era ter parto normal. O residente médico tinha passado e pedido para preparar para a cesárea. Pedi para termos duas horas na tentativa do parto normal. Ao fim, ajudei aquela mulher a ter sua filha e a mãe mudou o nome da criança para colocar o meu nome. Naquele dia eu entendi o quanto a minha profissão é poderosa”, contou emocionada.

A cirurgiã-dentista da SES/DF e presidente do Conselho de Saúde do DF, Jeovânia Rodrigues Silva, agradeceu e conclamou as mulheres presentes para continuar o trabalho. “Aqui represento o controle social. O conselho é o local de cobrar, de acreditar que a saúde enquanto direito de todos precisa ser alcançada. Todas nós, mulheres da saúde, somos guerreiras e vitoriosas. Por escolha das profissões que abraçamos, estamos na sociedade para mudar o mundo. Por isso devemos continuar e também agradecemos a cada uma de vocês, mulheres”, sentenciou.

Psicóloga clínica do Programa de Interrupção Gestacional Previsto em Lei e que atua pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-DF), Shyrlene Nunes Brandão, convocou as mulheres e profissionais de saúde a cuidarem também de si mesmas.

“Nestes 24 anos do exercício da psicologia, é principalmente às mulheres que minha escuta tem sido dada. Por baixo, mais de 10 mil delas. São mulheres fragilizadas, emocionadas, ansiosas com a gestação, parto e amamentação, que sofrem por não se encaixarem no mito do amor materno, que choram a perda de um filho ou que perdem o direito de ter um filho, que se reconstroem após uma gestação por violência sexual que elas decidiram interromper. São muitas histórias, mas todas as mulheres têm algo em comum: elas cuidam. Quero aqui fazer uma convocação para elas, sobretudo a essas servidoras da saúde que cuidam, seja por profissão, desejo ou necessidade. Convoco para que cuidem de vocês, ofereçam cuidado a vocês com uma pausa, um banho demorado, uma massagem ou uma dança”, declarou a psicóloga.

A auxiliar de serviços gerais, que trabalha no Hospital Geral do Guará, Gicélia Oliveira Souza, falou como representante da categoria, umas das que não parou durante a pandemia. “Hoje só tenho uma palavra: gratidão. Nós da limpeza, fomos muitas vezes excluídas, mas quando veio a pandemia estávamos ali para fazer a diferença. Somos valiosas porque fomos escolhidas para fazer a diferença por onde a gente passar. Quero agradecer ao hospital do Guará que tem me acolhido” afirmou.

No mesmo sentido, a Dayse completou. “Elas foram muito gigantes na pandemia porque estavam ali, fazendo a limpeza de um hospital, com tanto risco que a gente viu. Essa homenagem é mais do que merecida. Os terceirizados na secretaria de Saúde estão sofrendo muito. São pessoas que quase não têm direitos e às vezes nem local para comer existe. Eles têm nosso apoio”, garantiu a deputada.

Por sua vez, a agente comunitária de saúde da UBS 3 localizada no Itapoã, Eliana Costa, registrou como é relevante o trabalho de agentes comunitários de saúde. “Nós que vamos nas casas, visitamos, com sol ou chuva na cabeça, e estamos na luta da saúde, com as mães, mulheres ou meninas e até aquelas que são profissionais do sexo. Nosso trabalho é muito bonito, é um resgate de vida e social. Gosto de estar na rua porque podemos ajudar as famílias e ainda conseguimos trazer para a UBS tudo que está acontecendo na comunidade”, afirmou Eliana.

A deputada reafirmou a importância do trabalho dos agentes comunitários para a saúde. “Não existe atenção básica sem agente comunitário de saúde! Na rua, nas casas, elas que veem porque a pessoa está tomando remédio, mas a glicose não baixa. Aí acha dentro da geladeira o problema”, afirmou a distrital que é vice-presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC) da CLDF.

Técnica enfermagem da SES/DF e atualmente gerente da UPA Ceilândia, Graziele da Silva de Oliveira de Faria, lembrou que o número de mulheres em posição de liderança cresce. “Hoje, como gestora da maior UPA do DF, vejo diariamente a luta das nossas colegas. Atualmente, das 13 UPAs, 9 são geridas por mulheres. Somos nós conquistando o espaço e abrindo-o para outras mulheres”, resumiu.

A diretora da Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (ABENFO Nacional), Gerusa Amaral de Medeiros, exaltou a dádiva que é ajudar uma nova vida a começar. “Minha homenagem hoje é para todas as mulheres que gestam, parem, amamentam e passam noites sem dormir, cuidando de seus filhos. Há 30 anos sou enfermeira. É muito bom ser mulher, muito melhor ser enfermeira obstétrica e maravilhoso passar o dia inteiro pegando bebê. Obrigado a todas as mulheres que eu já ajudei a parir”, finalizou Gerusa.

Por fim, a servidora da SES/DF, Cilene Almeida, pediu o apoio da deputada para que seja retomada a modalidade do teletrabalho. “Quando falamos em homenagear profissionais de saúde, a gente também tenha a oportunidade de buscar melhorias para que a mulher seja respeitada, evitando até mesmo o assédio sexual ou moral que ainda acontecem muito. Fomos tolhidas no direito de prestar um serviço eficiente sem qualquer discussão”, pediu Cilene. A parlamentar disse que já estão sendo analisadas formas de ter sistemas que possam mostrar efetivamente a produtividade de servidores na modalidade.

Fonte: CLDF

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