Foco está no avanço das parcerias bilaterais no marco dos 60 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China
Em Pequim, na China, o secretário-Executivo do Ministério da Cultura (MinC), Márcio Tavares, participou, no dia 6 de junho, ao lado do vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, e representantes de ministérios e agências governamentais brasileiras, da 7ª Sessão Plenária da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban). A reunião teve por objetivo passar em revista os temas da cooperação Brasil-China em seus diversos campos.
Geraldo Alckmin destacou na reunião que o Brasil valoriza o desenvolvimento das relações com a China e que deseja aproveitar os 50 anos de relações diplomáticas entre os países e o 20º aniversário da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), que também é comemorado neste ano, como um novo marco para o fortalecimento da cooperação e a parceria estratégica com a China. Mecanismo de cooperação para consolidar parcerias estratégicas entre Brasil e China, a Cosban possui diversas subcomissões para dinamizar seu funcionamento.
Dentre as 11 subcomissões temáticas da Cosban, está a de Cultura e Turismo. No relatório apresentado pela subcomissão estão temas como a cooperação no campo das artes e festivais, museus, equipamentos culturais sustentáveis, economia criativa, bibliotecas, livro e leitura, direitos autorais, audiovisual e agenda multilateral.
“No âmbito da cultura, nós estamos discutindo uma série de parcerias em diversas áreas. Nós sabemos que a participação da China em investimentos na economia criativa, na economia da cultura, são fundamentais. E nós queremos cada vez mais ter a presença da cultura brasileira, da nossa identidade, das nossas linguagens artísticas, do nosso legado, da nossa ancestralidade, aqui, na China, um dos mercados mais dinâmicos do mundo, uma das sociedades mais pujantes atualmente”, avalia Márcio Tavares.
Em reunião, no mesmo dia, com o vice-ministro da Cultura e Turismo da China, Zhang Zheng, foram tratados os resultados da Cosban. Márcio e Zhang Zheng ressaltaram que a agenda robusta da cooperação cultural entre os países têm o poder de fortalecer e intensificar a cooperação nas outras áreas da Cosban.
“Tratamos sobre os 50 anos das relações diplomáticas Brasil-China e das pretensões de desenhar uma agenda para os próximos 50 anos. A parceria cultural se reflete também no aumento do intercâmbio comercial, e vice-versa, num jogo de soma positivo. A China tem interesse em fortalecer a cooperação em diversos campos da cultura, como artes cênicas, dança, biblioteca, museus e audiovisual”, conta o secretário-Executivo do MinC.
O vice-ministro chinês afirmou que a “parceria entre Brasil e China pode ser um paradigma para todo o mundo, ao implementar consensos e apoiar o desenvolvimento mútuo dos países”.
Ainda no marco da comemoração dos 50 anos de relações diplomáticas, os dois representantes trataram da agenda cultural deste ano. A China informou que enviará dois grupos artísticos chineses ao Brasil: Teatro Nacional da Ópera de Pequim e a Orquestra Nacional da China.
Do lado brasileiro, foram apresentadas ações importantes. A primeira delas, é a negociação para o envio da obra Guerra e Paz, aclamada obra do pintor brasileiro, Cândido Portinari, para a China. Além disso, a Orquestra do Estado de São Paulo (Osesp) também se apresentou na China este ano.
O tema das indústrias criativas também esteve entre as pautas reforçadas durante o encontro, quando o vice-ministro chinês comemorou o sucesso do grupo Kwai, rede social de compartilhamento de vídeos, e, também, do setor de games chineses no Brasil.
A China é parceira do Brasil nos BRICS, no G20 e no fórum CELAC-China. O vice-ministro chinês sinalizou o interesse em enviar delegação cultural ao Braisl, no âmbito das reuniões do G20. Nesse sentido, o secretário-Executivo do MinC estendeu convite para que o lado chinês participe, também, das iniciativas da Cúpula do G20 Social, em novembro, no Rio de Janeiro.