Investidor na área de Tecnologia e Inteligência Artificial, Lucas Reis explica qual o melhor modelo de aporte à seguir, quando o assunto são ‘empresas emergentes’ (startups).
Segundo o último relatório da Sling Hub, em parceria com o Itaú BBA, o investimento em startups (empresas emergentes) na América Latina registrou uma alta de 37%, com relação ao ano anterior. Com o mercado recém-aquecido, foram coletados aproximadamente US$ 8,7 bilhões em rodadas de investimentos, com o Brasil à frente de 57% do total aproximado de aportes.
Entre os segmentos que mais captaram financiamento, conforme a pesquisa, se encontram as fintechs (tecnologia financeira), atuais líderes da categoria, seguido pelas deep techs (tecnologia de ponta), healthtechs (tecnologia para saúde) e retailtechs (tecnologia para varejo).
Os investimentos nestas empresas são liderados pelos chamados fundos de capital de risco. Eles se dividem em Venture Capital (VC), Corporate Venture Capital (CVC) e Investidores-anjo.
Facilitador deste cenário, o Doutor em Comunicação e investidor na área de Tecnologia e Inteligência Artificial, Lucas Reis, explica que, apesar de o cenário macro não ser propício, segue havendo capital para empresas com potencial exponencial. “Em momentos de taxa de juros mais alta e de incerteza política, como o atual, há uma tendência de o capital migrar para investimentos mais seguros. Mas, ainda assim, segue havendo recurso para modelos de maior risco, já que estes buscam retornos muito superiores aos disponíveis em outros setores, fazendo vale a pena.”
Subdividida em três categorias principais, Lucas começa pelos casos envolvendo ‘Venture Capital’ (VC). Na visão do especialista, esse modelo utiliza de aportes ‘médio ou altos’, em projetos já com algum grau de validação, com possibilidade de crescimento rápido e escalável, porém, ainda com alto grau de incerteza. Optando por startups que já estão em um estágio ‘intermediário’ ou ‘começando a ganhar mercado’, esse fundo de investimento aposta no fomento à modelos de negócio com métricas semi-consolidadas.
Já a categoria de ‘Corporate Venture’ (CVC), segundo o especialista, permite com que empresas possam injetar capital em startups de diferentes estágios na carreira. O fundador da Zygon Adtech lembra que as Corporações investem nestas empresas buscando criar novas linhas de negócios e resolver desafios de suas operações principais.
Para finalizar, Lucas cita o formato dos investidores-anjo. Em geral, são pessoas físicas que investem, geralmente, em startups de pessoas conhecidas, nas fases muito iniciais. Este modelo apresenta o maior risco, mas também o maior retorno: é possível multiplicar por mais de mil vezes o capital investido… ou perder tudo.
“Para uma startup, ter fundos no cap table contribui para o amadurecimento da governança e da gestão. Para o investidor, se tornar um anjo depende de ter uma rede de contatos de empreendedores em que circulem essas oportunidades. Caso não tenha, é possível se tornar cotistas de fundos distribuídos no mercado”, conclui.
Sobre Lucas Reis
Lucas Reis é Doutor em Big Data aplicado à Comunicação, Pesquisador Associado do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT-DD), Fundador da Zygon Adtech e Digital IsCool. É Vice-Presidente de Operações do IAB Brasil, Presidente da Associação Baiana do Mercado Publicitário (ABMP) e Coordenador do Programa Avançado em Gestão da Comunicação Digital da Escola Aberje. Reconhecido como Líder Empresarial das Américas pelo Departamento de Estado dos EUA, Lucas também é professor na Miami Ad School, Cimatec e Sandbox Escola de Estratégia, e palestrante em eventos como RD Summit, Rio2C, Próxxima, Campus Party, Adtech & Branding, Scream Festival e Harvard Comparative Approaches on Misinformation.–