
Da Redação
Decisão da fornecedora para a Copa de 2026 levanta questionamentos sobre interferência política na escolha das cores do uniforme
A camisa da Seleção Brasileira, tradicionalmente associada às cores verde e amarela da bandeira nacional, sofrerá uma mudança histórica para a Copa do Mundo de 2026. A Nike, patrocinadora oficial da equipe, divulgou que o novo uniforme principal terá predominância da cor vermelha, em uma decisão que rapidamente gerou polêmica e especulações sobre motivações políticas.
Desde a eleição do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, o verde e amarelo passaram a ser usados não apenas em eventos esportivos, mas também como símbolo de apoio político à direita. A apropriação da camisa canarinho por movimentos bolsonaristas transformou o que antes era uma celebração esportiva em um emblema político-partidário.
Agora, com o governo federal nas mãos do Partido dos Trabalhadores (PT), a alteração radical nas cores do uniforme da Seleção é vista por muitos como uma tentativa de “despolitizar” o símbolo nacional — ou, para críticos, de reapropriá-lo em favor de uma nova narrativa política. O vermelho, cor historicamente ligada à esquerda e ao próprio PT, levanta suspeitas sobre o real objetivo da mudança.
Embora a Nike tenha informado que a decisão busca “unificar torcedores de todas as ideologias”, o contexto político atual e a forte identificação da cor vermelha com o partido do presidente tornam difícil dissociar o uniforme da influência política. Para analistas, a alteração representa mais do que uma questão estética: é a disputa por símbolos, identidades e a memória afetiva nacional.O anúncio da nova camisa gera, assim, um debate que vai além dos gramados e se insere diretamente na polarização política que marca o país nos últimos anos.