Entenda o que é ‘codeshare’ e a relação entre Azul e GOL

Da Redação

Um Acordo Estratégico com Potencial para Fusão

As companhias aéreas Azul e GOL anunciaram na quinta-feira (23) um acordo de “codeshare” que entrará em vigor no final de junho deste ano. Esse tipo de acordo permite que duas companhias aéreas compartilhem um voo, oferecendo bilhetes para a mesma rota, operada por uma das empresas. No caso da Azul e GOL, a parceria abrangerá rotas domésticas exclusivas de ambas as empresas.

No final de fevereiro, a GOL entrou com um pedido de Recuperação Judicial (RJ) nos Estados Unidos, conhecido como Chapter 11. Este pedido foi aceito pela justiça americana, permitindo à GOL obter um empréstimo de aproximadamente US$ 1 bilhão. Esse movimento gerou especulações no mercado sobre uma possível fusão entre a GOL e a Azul.

Benefícios do Codeshare

Fernando Canutto, sócio do Godke Advogados e especialista em Direito Societário, explica que o “codeshare” oferece diversas vantagens. Ele permite que as companhias aéreas disponibilizem mais opções de voos aos passageiros e otimizem a ocupação das aeronaves.

“Imagine que a Azul e a GOL tenham voos para o mesmo destino em horários diferentes ou até para destinos distintos. Com o ‘codeshare’, elas podem vender bilhetes para o mesmo voo, mesmo que uma delas não opere o avião. Por exemplo, um passageiro pode comprar um bilhete da Azul, mas voar em um avião da GOL”, detalha Canutto.

Implicações Estratégicas e Potencial de Fusão

Além de ser legalmente permitido, o “codeshare” ajuda as companhias aéreas a expandirem suas redes de destinos sem a necessidade de adicionar novos voos. O acordo entre Azul e GOL pode ser visto como um passo estratégico que poderia preceder uma fusão entre as duas empresas. Esse tipo de cooperação pode funcionar como um teste para avaliar a compatibilidade operacional e comercial das companhias.

Segundo Canutto, a integração de sistemas operacionais, rotas complementares, programas de fidelidade, check-in e despacho de bagagens facilita o alinhamento dos processos das duas empresas. Esse alinhamento inicial pode tornar a transição mais suave caso uma fusão ocorra no futuro. Além disso, o acordo de “codeshare” permite que as companhias avaliem a resposta do mercado e dos consumidores à cooperação. Se a reação for positiva, pode indicar que uma fusão seria bem-recebida e benéfica para ambas as partes.

Este acordo não só aumenta as opções para os consumidores, mas também abre caminhos para possíveis sinergias operacionais e comerciais, fortalecendo a posição de mercado de ambas as companhias aéreas.

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